sábado, agosto 08, 2009

Alta de Lisboa e Jardins de S. de Bartolomeu no Público.

Má "notícia".


A começar pela fotografia. Grande mas mal focada e desactualizada em mais de 3 anos.














(Procure as diferenças)





Depois o texto: 85% de aspectos negativos (vandalismo, casas que não vendem e estão em "saldo", "má vizinhança", os tags e os grafittis, etc. E 15% de aspectos positivos - paineis solares nos JSB, se bem que em prédios que não estão pintados (será que alguém se lembraria de escrever que a Gulbenkian não está pintada...)

Cada um que leia e faça a sua avaliação. Quanto a mim, não me parece um retrato justo e fiel nem dos JSB nem da Alta.

1) Começando pelos "saldos". 17% é o suposto desconto máximo. Não me parece que possa ser designado de "saldo" (pelo menos 30%) nem "promoção"(20%). Quanto muito chamar-lhe-ia uma "atençãozinha". E se é verdade que o mercado não recebeu bem alguns apartamentos dos JSB (maioritariamente no bloco central), outros houve que não só foram vendidos como revendidos. E com mais valias!




















No actual contexto nacional e internacional não me parece ser merecedor de 2 páginas num jornal de tiragem nacional.
2)"a má vizinhança provocada pelo realojamento dos Moradores da Musgueira". Manifestamente injusto para tais moradores, a ultra maioria destas pessoas são pessoas de bem e excelentes vizinhos.
3) tags e grafittis, "supostamente provocados por uma população adoloscente com tempo de sobra durante o dia". É verdade que existem alguns (normalmente são feitos durante a noite). Outros foram limpos pelos condóminos dos JSB e doutros condomínios. E a situação é bem melhor que noutras partes da cidade. Quanto a mim a razão deste comportamento anti-social, mais do que o "tempo de sobra", é uma certa tolerância para com estes comportamentos por parte das autoridades responsáveis e da sociedade em geral. Aliás, certas pessoas até acham que o graffiti é uma forma de "arte urbana".
4) Obviamente que a Alta tem problemas. O maior dos quais é aflorado na "caixa" (melhor que o artigo principal!). A incapacidade (ou falta de vontade politica) desta CML em desbloquear o processo burocrático que permita concretizar os projectos. Os eleitores da Alta poderão resolver este problema, brevemente.
5) Ficaram por dizer muitas coisas boas. Os parques e áreas verdes, o comércio local (por exemplo, com mercearias com produtos com mais qualidade e mais em conta do que em certas lojas "gourmet"), os acessos rodoviários e os transportes, a boa qualidade arquitectónica do edifícios.



Na imprensa nacional 30% das "notícias" vêm das agência noticiosas (Lusa, AP, Reuters, etc.), 40% é publicidade e as restantes 30% são "encomendas". Quem encomendou esta "notícia"?

5 comentários:

Anónimo disse...

Bravo!!!

irene pinto disse...

Olá,
venho aqui deixar um pouco da revolta que sinto quando oiço falar das pessoas da Musgueira. Pois durante alguns tempo também combati frases como estas em relação “às crianças das escolas da Musgueira”que me parecem puro preconceito sim se me disserem que algumas destas pessoas precisam de ser reeducadas eu concordo mas medir todos pela mesma bitola é que eu acho muito mal pois à pessoas que se esforçam para serem melhor que os seus primogénitos alguma vez foram. Quantos aos grafites se forem à Av. da Republica bem no meio em frente ao Campo Pequeno está um edifício que supostamente são escritórios de um banco até o telhado está grafitado e outros locais, por isso não é só na "Musgueira" que á este problema. Os saldos não liguem são só más línguas pois quando não se faz bem os trabalhos de casa só sai asneira e foi o caso.

Ana disse...

Obrigada D. Irene por deixar aqui o seu comentário.
Concordo com tudo o que escreveu.
Esperemos que mais vizinhos se vão manifestando por aqui.

Anónimo disse...

caro vizinhos,
recentemente adquiri um apartamento na zona e foi com um sorriso, para não dizer uma gargalhada que li o artigo da imprensa. É verdade que existem grafites aqui e ali, mas mais preocupante do que em qualquer outro bairro da cidade. Sobre as pessoas que aqui moram só tenho coisas boas a referir. Alem disso é muito agradável voltar a comprar a "batatinha", as "laranjinhas" e outros frescos todos eles terminados em inhos ou inhas. Faz lembrar o tempo em que todas as pessoas se falavam e cumprimentavam e em que o espírito de comunidade ainda existia.

Anónimo disse...

"Não estão pintados...", apesar deste aspeto só trás vantagens, pois estão cobertos por betão, de propositadamente devido à quantidade de luz solar